O termo qualidade de vida, de fato, tem sido muito utilizado ultimamente, mas não há consenso sobre sua definição. Cada um tem o seu ideal de qualidade de vida por conta dos objetivos individuais de cada pessoa
Qualidade de vida é quase um chavão hoje. Nos textos e nas conversas, ela aparece como afirmação que dispensa explicações: quem escreve ou fala tem a certeza de que quem lê ou ouve sabe do que se está falando. Acontece, porém, que quem lê ou ouve pode estar pensando em coisas totalmente diferentes.
Muitos são os fatores que influenciam na qualidade de vida e os mais importantes dependem de cada um de nós, da nossa visão do ideal, da nossa herança familiar e cultural, da fase da vida em que estamos da nossa expectativa em relação ao futuro, das nossas possibilidades, do ambiente, da visão que temos do mundo e da vida, dos nossos relacionamentos, etc.
É claro que existem certas condições básicas, como:
Ter o que comer, morar, saúde, liberdade de escolha… Quando elas não existem, tornam-se prioridade número um e não há muito o que discutir.
Vivemos no mesmo espaço e nossas vidas constituem-se de trocas cotidianas. Como seres sociais, queremos e precisamos do auxílio de outras pessoas no processo de construção da vida particular e grupal, etc.
E sendo a liberdade uma das características no processo felicidade/qualidade de vida, como posso ter qualidade de vida se necessito conciliar e integrar a minha vida com a vida de outras pessoas?
Leonardo Boff, falando sobre este dilema, afirma que a característica principal dessa integração é a cultura da solidariedade, que envolve:
Valores: gratuidade, reciprocidade, cooperação, compaixão, respeito à diversidade, complementaridade, comunidade, amor.
Princípios: autogestão, respeito à diversidade / complexidade, convivência solidária com a natureza e cuidado com o meio-ambiente, democracia, descentralização / desconcentração do poder, das riquezas, dos bens…
A verdade é que, considerando a máxima que “…a única coisa permanente é o constante processo de mudanças…”, precisamos estar sempre nos reposicionando e perguntando:
- Estou sendo feliz no que faço (trabalho, lazer, vida familiar, etc …)?
- Meus objetivos/planos/metas ainda são válidos para as atuais condições?
- Do que tenho aberto mão em função das atuais opções?
- O que estou fazendo para que outras pessoas também tenham mais qualidade de vida?
- O que posso fazer para ser mais feliz na diversas dimensões da vida?
Estes questionamentos, obviamente, não devem tornar-se um “pesadelo”, mas parte natural de um constante processo de desenvolvimento humano, fazendo da vida algo muito sagrado. A qualidade de vida é uma busca pessoal e social. Busca que deve ser constantemente reavaliada e reajustada.
A questão central é que precisamos fazer alguma coisa, “não deixar para amanhã tudo aquilo que gostaria de fazer, posso fazer e tenho condições de fazer hoje”. Temos a tendência de achar que viveremos eternamente e que, portanto, podemos adiar, mesmo as coisas boas. Não adiemos as coisas boas. Qualidade de vida tem algo de “aqui e agora”, e algo que poderíamos chamar de “planejar o futuro”.
Robson Santarém, da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas do Rio de Janeiro, afirma que a qualidade de vida deve iniciar por algumas perguntas:
- Qual o sentido da vida?
- Quais valores estão presentes em nossa vida?
- Que prazer, que paz, que harmonia, que felicidade, que vida é esta afinal?
- Que herança se pretende deixar para os filhos: imóveis, bens, investimentos ou o orgulho de ter sido uma pessoa íntegra?
Pela profundidade das respostas certamente encontraremos pessoas mais livres, mais equilibradas e felizes. A amabilidade e atenção, o cuidado e a cooperação, o entusiasmo e o senso de humor, a paixão e a lealdade, a humildade e a vergonha, a serenidade e determinação, a ética, a justiça e muitas outras virtudes precisam estar presentes na vida do dia-a-dia. Isto, sim, é qualidade de vida!
Depois de ler esse texto podemos refletir um pouco sobre a nossa vida para a ajuda neste site:
http://sitededicas.ne10.uol.com.br/teste_quavida.htm temos um questionário simples que você começa a refletir sobre esse assunto.
Texto de Mauri Heerdt
Postado no site: http://www.pime.org.br/missaojovem/mjecologiavida.htm